Em uma daquelas noites
angustiantes, onde nada acalmava meu bebê, exatamente quando
completou 1 mês, ela passou a chorar descontroladamente, já tinha
olhado sua fralda, dado mamar, verificado temperatura e nada de
acalmar... Diante daquele bebê, uma mãe perdida sem saber o que
fazer para acalmar, o que uma mãe teimosa faz? Corri para o Google e
lá encontrei sobre o método da extero-gestação, desenvolvida pelo
Dr. Karp, que consiste em 5 passos para acalmar o bebê.
Poxa vida, será? Vamos
tentar né?! Quando eu comecei a ler (meu Deus!) fez muito sentido, o
bebê passou 9 meses se desenvolvendo dentro da barriga da mãe, lá
ele estava quentinho, envolto pelo liquido amniótico, abraçado pela
placenta escutando o coração da mãe e sendo alimentado sem
esforço, de repente, ele vem ao mundo, a temperatura do corpo sempre
muda, existe luz, barulhos, precisa aprender a sugar para se
alimentar e se para um adulto a novidade pode ser assustadora,
imagina para um bebê que ainda não entende o que está acontecendo
a sua volta?
A teoria da
Extero-gestação consiste em recriar um ambiente intrauterino,
porque esse ambiente é conhecido para o bebê, é familiar e lhe
traz segurança, lá fui eu recriar este momento.
Funcionou muito bem,
minha filha se acalmou e todas as vezes que utilizei o método,
consegui o mesmo resultado.
Os
5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade são
extremamente eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a
técnica correta e o vigor necessário, não adiantam em nada.
1.
Pacotinho ou casulo (embrulhar o bebê apertadinho)
A
pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante
dos cinco sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave.
Bebês alimentados, mas nunca tocados, frequentemente adoecem e
morrem. Estar embrulhadinho não é tão bom quanto estar no colo da
mãe, mas é um ótimo substituto para quando a mãe não está por
perto.
Bebês
podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que
não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, “de volta ao
útero”. Bebês mais agitados precisam ser mais embrulhados, outros
são tão calmos que não precisam.
Se
o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado
apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um
cueiro solto. Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se
estiver encostando, o bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao
invés de relaxar.
Todos
os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar
uma massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um
bebê que passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1
ou 2 meses, você pode reduzir o tempo, principalmente com bebês
tranquilos e calmos.
2.
Posição de Lado
Quanto
mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre
as costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas.
Ele passava a maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para
baixo, coluna encolhida, joelhos contra a barriga. Até adultos,
quando em perigo, inconscientemente escolhem esta posição.
Segurar
o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda
a acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado
na dobra do cotovelo do adulto, com braços e pernas livres,
pendurados). Carregar o bebê num sling, com a coluna curvada,
encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo efeito. Atualmente
especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER
POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita.
O
bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no
útero, porque na verdade o útero é cheio de fluido e o bebê
flutua, como se não tivesse peso algum. Do lado de fora, sem poder
flutuar, virado de cabeça para baixo, a pressão do sangue na
cabeça é desconfortável.
3.
Shhhh Shhhh – O som favorito do bebê
O
som “shhh shhh” é parte de quem somos, tanto que até adultos
acham o som das ondas do mar relaxante.
Para
bebês novinhos, “shhh” é o som do silêncio. Ele estava
acostumado a ouvir tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um
aspirador de pó. Imagine o choque de um bebê acostumado a tal som
o tempo todo chegando a um mundo onde as pessoas cochicham e
caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio!
Coloque
sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça “shhh”,
“shhh”. Aumente o volume do “shh” até ficar tão alto
quanto o choro do bebê. Pode parecer rude tentar “calar” um
bebê choroso fazendo “shh”, mas para o bebê, é o som do que
lhe é familiar.
Na
primeira vez fazendo “shhh”, seu bebê deve calar pós uns 2
minutos. Com a prática, você será capaz de acalmar o bebê em
poucos segundos. É ótimo ensinar isso aos irmãos mais velhos, que
adorarão poder ajudar e acalmar o bebê.
Para
substituir o “shhh”, pode-se ligar:
–
secador
de cabelos ou aspirador de pó
–
som
de ventilador ou exaustor
–
som
de água corrente
–
um
CD com som de ondas do mar
–
um
brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos
–
rádio
fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia
–
secadora
de roupas ligada com uma bola de tênis dentro
–
máquina
de lavar louças
O
barulho do carro ligado também acalma a criança.
4.
Balanço
“A
vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior
parte era movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta,
levanta, caminha e vira o corpo – movimento, movimento,
movimento.”
(Frederick
Leboyer, Loving Hands)
Quando
pensamos nos 5 sentidos – visão, audição, tato, paladar e
olfato – geralmente esquecemos o sexto sentido. Não é intuição,
mas a sensação de movimento no espaço.
Movimento
rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e
adultos). Isso porque o balanço imita o movimento que o bebê
sentia no útero materno e ativa as sensações de “movimento”
dentro dos ouvidos, que por sua vez ativam o reflexo de acalmar.
Como
balançar?
1.
Carregando o bebê num “sling” ou canguru;
2.
Dançando (movimentos de cima para baixo);
3.
Colocando o bebê num balanço;
4.
Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;
5.
Colocando o bebê na rede;
6.
Balançando numa cadeira de balanço;
7.
Passeando de carro;
8.
Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para
isso);
9.
Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando
de cima para baixo com ele no colo;
10.
Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo.
Quando
balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A
cabeça do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move
no máximo 2-5 cm de um lado para o outro. A cabeça está sempre
alinhada com o corpo e não há perigo de o corpo mover-se numa
direção e cabeça abruptamente ir na direção oposta.
5.
Sucção
No
útero, o bebê está apertadinho, com as mãos sempre próximas ao
rosto, sugando os dedos com freqüência. Quando nasce, não mais
consegue levar as mãos à boca. A sucção não-nutritiva é outra
forma de acalmar o bebê. A amamentação em livre demanda não é
recomendada somente para garantir a nutrição do bebê e a produção
de leite da mãe, mas também para suprir a necessidade de sucção
não-nutritiva. Alguns especialistas orientam às mães a darem
chupetas para isso, mas ainda que a chupeta seja oferecida ao bebê,
não deve ser introduzida nas 6 primeiras semanas de vida, quando a
amamentação ainda está sendo estabelecida. Há sempre o risco de
haver confusão de bicos e o bebê sugar o seio incorretamente.
É
importante lembrar que o bebê nunca chora à toa. O choro nos
primeiros meses de vida é a única forma de comunicar que algo está
errado. Ainda que ele esteja limpo e bem alimentado, muitas vezes
chora por necessidade de aconchego e calor humano. Por isso, falar
que bebê novinho (recém nascido até 3 meses ou mais) faz manha (no
sentido de chorar para manipular “negativamente” os pais) não
tem sentido. Bebês novinhos simplesmente não tem maturidade
neurológica para tanto.”
Bibliografia: The
Happiest Baby on The Block, Dr. Harvey Karp, Bantam Dell, 2002. New
York.