Eduarda veio ao mundo e
logo nossa jornada começou, antes dela nascer, eu tinha a doce
ilusão de que no dia seguinte tudo voltaria ao normal, logo iria no
shopping, comprar roupas de “não grávida”, por que já não
teria mais barriga Hahaha... Sabe de nada!!!
Eu imaginei que
amamentaria tranquilamente minha filha, mas descobri que o pós parto
não é tão simples assim, que é tudo novo, é difícil. Você está cansada, se recuperando do parto,
seu corpo está em uma explosão de hormônios, o peito dói, afinal
de contas o bebê não sabe mamar, ele esta aprendendo e ninguém me
contou da história da "pega".
O que é a “pega”
do bebê? É o posicionamento correto da boca do bebê que vai
garantir que ele sugue o leite mais eficientemente e que não vai
machucar o peito da mãe. Ele precisa abrir bem a boca, pegar uma
maior quantidade de aréola, não apenas o bico e os lábio inferior e
superior precisa estar virado para fora, assim garantirá uma melhor
sucção.
Pois bem, não sabia posicionar a boca do meu bebê, passei
nove meses lutando tanto pelo meu parto, que esqueci de dar uma
atenção para amamentação. O mais agravante foi que o leite não
descia, minha mãe já estava quase surtando, porque achava que eu
não tinha leite e que minha filha estava passando fome . Com o peito
doendo, machucado, já em carne viva, minha mãe preocupada e outras
pessoas aconselhando que “as vezes as pessoas realmente não
conseguem amamentar, que não é um problema”, eu não desisti, eu
tinha na minha cabeça que amamentaria e não aceitaria outra coisa,
como boa teimosa que sou.
Após 3 dias do parto,
meu leite ainda não havia descido, minha filha estava bem, sempre
deixava ela sugando e mais uma falta de informação me atrapalhava,
não conhecia o colostro, não sabia que ele era muito importante,
que ele é rico em anticorpos e que esse colostro que ela estava
ingerindo era o suficiente para nutrição dela, já que o estomago
do bebê é bem pequeno. Assim começamos com várias técnicas para
ajudar a descida do leite, minha irmã tentando me ajudar, já que
minha mãe estava surtando. Ela me deu arroz doce, fez compressas com
pano quente, massagem, muita massagem e banho quente, com isso no dia
seguinte comecei a sentir meu leite descer, só que aquele primeiro
problema não havia resolvido, minha filha ainda estava aprendendo a
mamar, então meu peito começou a encher, ela mamava, mas não
esvaziava, no final do dia eu tinha duas mamas ingurgitadas,
empedrando e que fervia de febre, parecia que estava pegando fogo.
Liguei na casa de parto
e elas me orientaram a não mexer mais no peito, tomar um remédio
para aliviar a dor, pra eu poder dormir e ir para uma consulta no dia
seguinte. Na consulta eu aprendi a fazer a ordenha correta e lá veio
mais um agravante pela falta de informação, as enfermeiras me
orientavam que minha filha deveria ficar pelo menos 25min em cada
peito, ela mamava em 10min e logo dormia, forçaram, forçaram, minha
filha em prantos e eu super perdida, super
desconfortável com aquela situação, com dor no meu coração e sentindo que aquilo não era certo. Voltando pra casa sai com uma
orientação de que minha filha não poderia ficar menos de 25min em
cada peito, que o ideal seria 45min e que se ela dormisse eu deveria
acorda-la, cutucar, mexer no ouvido, tirar a roupinha se fosse
necessário e eu com um mega desconforto sobre aquelas orientações.
Dai a falta de conhecimento sobre a livre demanda, deixar o bebê
mamar quando ele quiser, quantas vezes quiser, pelo tempo que quiser.
Por fim passei a seguir
meus instintos, aquele momento lindo de amamentar não poderia virar
um terror, não poderia ser uma guerra, passei a deixar minha filha
mamar quando quisesse, pelo tempo que quisesse, sem me preocupar com o
tempo, apenas aproveitando o momento.
Amamentar é um ato
maravilhoso de amor, mas exige muita informação, orientação e
apoio, para que a mulher não desista e acabe caindo nos mitos do
“leite fraco”, “não tenho leite”, entre outros.
Rumo aos 2 anos de amamentação ou mais!!!


Muito útil e super importante esse post!
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